20 outubro 2013

Cidades de Papel

 
Ter rachaduras dentro de você é algo normal.
Cidades de Papel, outro livro da minha Maratona John Green, que eu acabei ontem, e ainda estou surpresa com tudo. No começo, achei que poderia ser apenas outro livro que conta o cotidiano de um adolescente, mas, de repente, tudo começa virar uma espécie de CSI à busca de uma garota.
Acho que é essa a hora: Spoilers.

Um livro cheio de simbolismos, principalmente referindo-se a cidades de papel - onde pessoas são frageis, dobráveis e não se importam com muita coisa. Acontece que Margo estava quebrada demais por dentro, seus fios todos arrebentados, e eu admito que às vezes, sinto-me um pouco com ela. Com alguns fios arrebentados. Sinto como se eu vivesse em uma cidade de papel, de fato, porque parece que sou a única que se importa com as coisas. A única que corre atrás, que espera carinho e amor, e a única coisa que recebe é desprezo. É como se eu tivesse rachada por dentro, e alguém às vezes resolvesse que a rachadura deveria estar mais aberta, e então, mais um fio se arrebenta, mais um muro se racha, mais uma lágrima cai enquanto eu tento juntar os meus pedaços. 
Bem, o livro não é sobre mim, é sobre a busca de Margo.
Sinceramente, eu realmente achava que o livro seria algo mais sentimental, algo que acontece em um dia a dia de um adolescente, nada como um desaparecimento. John Green surpreendeu bastante, e provou-se bom em criar pistas, evidências para que o leitor acompanhe o livro sem conseguir desgrudar. Você é carregado pelo mistério do livro, e, mesmo sabendo que no final Margo estaria viva (por algum motivo, eu sei quando um personagem pode ou não morrer), eu acabei me viciando. Porque eu queria entender o mistério das pistas, queria ver mais sobre como ela tinha armado tudo aquilo.
Mas como eu já tinha dito, o sentimentalismo não foi abandonado: Quentin ainda era apaixonado por Margo, Margo por Quentin, e ainda tinha outras questões corriqueiras, como a decisão em beijar alguém ou não, ou o que fazer quando se é traído. E é engraçado, pois Quentin falava toda hora de Margo e eu não me irritava. 
O livro também tem personagens carismáticos, como o próprio Quentin, Ben (meu lindo, a única pessoa que tem a cabeça de fazer xixi em uma garrafa e fazer coisas muito idiotas - além disso, eu não conseguia parar de imaginá-lo como Ben Lloyd-Hughes) e Radar, os três amigos que dão o ar engraçado da coisa. Adorei os três, e Lacey também.
E o final...
Como. Não. Ficar. Irritada. Com. Margo.
Fiquei extremamente irritada com a Margo. Ela foge, deixa o coitado do Quentin lá, preocupado com tudo, e depois trata os amigos dela da pior maneira possível.
Que bom que melhorou depois.Mas aí o livro deixou uma rachadura em mim.
COMO ASSIM, JOHN GREEN?
VOCÊ TORCE O LIVRO INTEIRO PRA QUE OS DOIS FIQUEM JUNTOS E AÍ, NO FINAL, ELA VAI EMBORA DE VEZ?
NÃO, NÃO, NÃO :(
E mais um fio arrebentado. Obrigada.
Mas é o que dizem: um livro ótimo é aquele que te deixa em um estado emocional extremo, beirando o feliz e o infeliz, ao mesmo tempo. Margo estava viva, mas ela prosseguiu viagem, sem Quentin. 
Eu amei o livro. Amei. Amei, amei. Personagens carismáticos e um quê de mistério foram a combinação perfeita. Nele aprendemos que às vezes, temos que deixar as pessoas irem, serem livres. Que algumas pessoas podem parecer felizes, mas não estão. Que alguém pode ser quebrado e apresentar um sorriso no rosto. Que somos interligados.
Parece mesmo que John tem a habilidade de quebrar nossos corações mas de remendá-los ao mesmo tempo.

Ps: JULIA, LEIA.
Ps²: Estou lendo Will&Will agora. Will1 acaba de quebrar meu coração em alguns milhões de pedaços. Também fui besta pra pular algumas cenas e ver o que vai acontecer com ele em relação a Jane, e mal posso esperar pra continuar e ver mais cenas desses dois. erghnwlefmsdf~er.

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